Felipe x Cauê e Adson x GP: precisamos mesmo fazer essas comparações?
Opinião de Andrew Sousa
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A vitória do Corinthians diante do Novorizontino serviu para apresentar novas promessas à torcida. Mesmo que por poucos minutos, Adson pôde mostrar mais do seu futebol e Felipe Augusto fez sua estreia.
Isso tudo devia ser positivo, mas pende para o outro lado por conta de alguns alvinegros. Apoiados no imediatismo que reina em nosso futebol, poucos lances bastaram para criar uma rivalidade desnecessária.
Nas redes sociais, sobram comentários dizendo que Felipe é melhor e mais preparado que Cauê, além dos que ressaltam que Adson "já fez mais que o fraco GP". Análises rasas que só prejudicam essas promessas.
Esse imediatismo "do bem" é tão prejudicial quanto o que critica. Por esses bons minutos, a dupla não poderá oscilar ou ter momentos ruins que vão sofrer do mesmo mal que estão sofrendo Cauê ou Gabriel Pereira.
A torcida do Corinthians quer ver os garotos da base em campo, mas não aceita que eles precisem de tempo para vingar. Todos precisam começar sua caminhada como craques incontestáveis. O que raramente vai ocorrer.
Em sua estreia, Cauê também ganhou rótulo de salvador da pátria. "Em pouco tempo já fez mais que o Jô". Veio a titularidade e nem mesmo os 18 anos frearam as duras críticas da Fiel. Mesmo fazendo seu papel e evoluindo visivelmente jogo após jogo, o atacante ainda é alvo de questionamentos frequentes.
Após seu primeiro gol em torneios continentais pelo clube, o Meu Timão o exaltou nas redes e os comentários foram todos negativos. "Calma, não joga nada"; "É fraco, menos". Entre outras coisas, como os cansativos pedidos por um esquema com falso 9.
Cauê não teve uma temporada inteira de Sub-20 e alguns torcedores já o carimbam como péssimo por seis partidas como profissional. Ao mesmo tempo, veem minutos de Felipe Augusto, com menos tempo ainda de Sub-20 e apenas 17 anos, e dizem que ele está mais preparado. Puramente pelo físico...
O futebol não é tão simples assim. Criar essas rivalidades não faz bem para nenhuma das partes. Para elogiar Adson, não é preciso diminuir Gabriel Pereira, que dá seus primeiros passos no profissional e até dias atrás sequer tinha sido titular do time.
Como atletas que tiveram agora suas primeiras chances estão mais preparados que nomes que já estão jogando? A torcida acredita nisso ou só quer tirar logo Cauê e GP do time?
Tenhamos calma. A geração do Corinthians é muito boa. Esses inúmeros talentos vão se desenvolver juntos, com altos e baixos. A competição por espaço tem que ser dentro das quatro linhas. Fora delas, a Fiel pode apoiar todo mundo igual, sem rebaixar um para erguer o outro.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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