Empresários no Corinthians
Opinião de Teleco
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Antes do caso Bosman e da Lei Pelé, jogadores no Brasil eram prisioneiros de seus clubes. Mesmo que um contrato vencesse, eles só poderiam sair de um clube caso o mesmo liberasse seu passe. Com o fim desta situação lesiva aos jogadores, eles estavam finalmente livres para escolher onde jogar, sem a escravidão dos clubes. Então... entraram em cena os empresários, que começaram a mandar e desmandar no futebol, tirando e colocando jogadores de equipes em meio a competições, forçando saídas, escalações, ocupando páginas dos jornais e sendo tão ou mais falados que os atletas. A divisão de direitos econômicos deu ainda mais poder aos mesmos e hoje muitos clubes são meramente vitrines ou fábricas de gestação e venda de jogadores. É comum clubes terem jogadores em seus elencos que são contrapesos de negociações maiores ou perderem repentinamente jogadores chave contra sua vontade.
Certas ou erradas, estas são as regras do jogo. Por opção e/ou pressão da concorrência com outros times, os clubes brasileiros entram nele. A FIFA tenta regular o assunto, mas ainda é uma discussão sem conclusão definitiva, já que todas as partes envolvidas ainda estão se adaptando.
Cada clube tem seus empresários prediletos, e o Corinthians não é exceção. Falemos dos empresários que dominam o plantel profissional do nosso time.
Quando disponível, a porcentagem que o Corinthians possui está entre parênteses. O restante tem um ou mais donos e é difícil saber quem tem o que. Nem todos os empresários tem direitos econômicos dos jogadores.
A fonte é o balanço de 2014 e a fatia do jogador pode ter mudado desde a publicação.
Carlos Leite
Cássio (60%), Cristian, Elias (50%), Fágner (50%), Gil (90%) e Renato Augusto (50%)
Carlos Leite entrou em evidência na montagem da equipe em 2008: era agente de Eduardo Ramos, Wellington Saci, André Santos, Elias, Cristian, Souza e Mano Menezes, inclusive emprestando dinheiro ou comprando parte do passe de seus próprios jogadores.
Apesar de criticarem sua força no clube, boa parte dos jogadores foram importantes para o clube e as renovações sempre foram tranquilas. Se a renovação de Guerrero tivesse continuado a cargo dele, talvez o resultado final fosse diferente.
Leite é o empresário que mais tem jogadores no profissional, seis. Acha muito? No Vasco de 2009, ele tinha onze jogadores e era agente do técnico.
Dos jogadores que saíram recentemente, Romarinho e Anderson Martins eram ligados a Carlos Leite.
Elenko/Fernando Garcia
Guilherme Arana (40%), Malcom (30%), Matheus Pereira, Petros (50%), Uendel (100%) e Walter (100%)
O conselheiro Fernando Garcia está sempre no olho do furacão. Irmão do candidato à presidência Paulo Garcia, Fernando começou no Noroeste, teve grande participação na Ponte Preta e na Penapolense. Trouxe Uendel da Ponte Preta, Petros da Penapolense e Walter da União Barbarense. Em uma confusão em que tinha direito parte dos direitos de Ralf, levou por preços baixíssimos partes substanciais dos direitos de Matheus Pereira (sobrou apenas CINCO POR CENTO dele para o Corinthians), Guilherme Arana e Malcom. Tirou Cléber do Corinthians no meio do campeonato. Espalhou aos quatro ventos que se não escalassem Petros ia tirá-lo do clube, levou Malcom e Matheus para a Europa para tentar vendê-los...
Além dos jogadores atualmente no elenco, outros jogadores de Fernando Garcia passaram pelo Corinthians como Ferrugem, Rodinei, Douglas Tanque e Silvinho (Penapolense/SPFC). Outras negociações com jogadores dele não deram certo, como Marlone, Dedé e Rodrigo Biro. Um parceiro frequente de negócios é a ArtSports.
Não satisfeito com as múltiplas confusões, Fernando Garcia já chamou o presidente de Roberto de Andrade de "piada do futebol brasileiro". Resultado? Está sendo cotado para ajudar na negociação com Biro-Biro do Fluminense. Sinal que o clube está satisfeito.
ThinkBall/OTB
Bruno Henrique, Edílson e Jádson
A ThinkBall de Marcelo Robalinho, Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb esteve no noticiário por meses, graças à negociação de Guerrero. Mas para quem acompanha o Corinthians, não é novidade que eles já estiveram em muitas outras negociações complicadas, como a do goleiro Felipe, Chicão e até na saída de Liédson, onde exigiam um contrato de três anos. Que tal a de Élton, que saiu uma nota e ficou por aqui durante um bom tempo? O que dizer de quando soltaram uma nota dizendo que havia "apequenamento" do Corinthians quando o clube não quis estourar suas contas para comprar o Dudu? Para completar, foram os agentes da segunda passagem de Douglas.
Pontos em comum a todas estas transações: contratos longos e salários altos. Esperemos para ver como será renovação de Bruno Henrique; Edílson talvez não renove ao fim do ano. Jádson sofreu pressão para ser negociado, mas resolveu ficar e teve uma renovação tranquila.
Fora estes jogadores no profissional, eles são agentes de Matheus Vargas e Renan Areias, do sub-20.
Gilmar Rinaldi
Danilo e Fábio Santos
Se Gilmar repassou seus contratos ou não ao assumir a seleção Brasileira, não vem ao caso: o fato é que Danilo e Fábio Santos chegaram por suas mãos ao clube. Renovações tranquilas, salários razoáveis e jogadores discretos são uma boa combinação.
Gilmar Veloz
Tite e Pato (60%)
Gilmar gerencia a carreira de Tite e Pato. Após gerar uma grande confusão ao pedir R$ 800.000,00 de salário para Tite após o título do Brasileiro de 2011, parece ter boa relação com o clube. No setor de vendas, não é tão eficiente: ofereceu Pato para meio mundo e ainda estamos com este mico.
Outros empresários e clubes-empresa
Vários empresários tem apenas um jogador no elenco profissional.
BMG/Coimbra: Felipe (50%)
Planet Soccer: Yago
Marcos Santos: Luciano (60%)
Fragata-RS: Marciel (50%)
Eduardo Uram: Rodriguinho (50%)
Luiz Taveira: Edu Dracena
Giuseppe Dioguardi: Matheus Vidotto
Giancarlo Uda: Mendoza
Reinaldo Pitta: Émerson
Régis Chedid: Ángel Romero (20%)
Evandro Ferreira: Vágner Love
André Costa: Ralf (100%)
Algo que tem que ser dito é que jogadores trocam de empresários frequentemente e muitas vezes isso não é divulgado. No começo de 2008, o Corinthians publicava em seu site como os jogadores eram fatiados; como os demais clubes escondiam a divisão de direitos dos seus jogadores, a inovação durou pouco tempo.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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