Com R&T desde 2018, Corinthians somou menos pontos que rivais paulistas e Flamengo no Brasileirão
Opinião de Jorge Freitas
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Quando Andres Sanchez venceu a eleição para voltar à presidência do Corinthians, ao final de 2017, disse em entrevista que voltava "mais maduro, mais consciente, mais preparado, ciente da exigência que faz o corinthiano".
Com três anos de mandatos desastrosos, não somente tirou o Corinthians do protagonismo das principais competições nacionais e internacionais, como também ampliou a dívida do clube em mais de R$ 300 milhões e fez, como sucessor, um presidente que acumula vexames, termina o mandato sem título e com um pífio abatimento da dívida, bem longe do necessário e do esperado.
Já sabemos bem que a famosa R&T de nada tem sobre renovação e transparência, além de claramente faltar competência para condução daquele que deveria ser (e tem potencial para tal) o maior clube da América do Sul e um dos maiores do mundo. Mesmo assim, busca, com o candidato da vez, seguir no poder, como se fosse a melhor solução para os problemas causados por si mesmo.
Dentre tantas coisas que assustam desde que Sanchez voltou, um levantamento chama a atenção nestes últimos anos: desde o Brasileirão 2018 até a última rodada já disputada pelo Brasileirão 2023 (26ª), o Corinthians somou menos pontos que todos os seus rivais estaduais, inclusive o Santos, que vive tempo de vacas magras também há alguns anos, e ficou bem longe dos pontos somados pelo Flamengo.
Até aqui, contadas todas as 38 rodadas de cada um dos Campeonatos Brasileiros de 2018 a 2022 e as 26 rodadas já disputadas em 2023, o Timão acumulou 304 pontos, contra 305 do Santos, 329 do São Paulo e 403 do Palmeiras. Se comparados apenas com o rival sem mundial, o Corinthians jamais ficou em sua frente nos últimos 5 anos e sua melhor pontuação (65 pontos em 2022) é apenas um pouco superior à pior do rival (58 pontos em 2020, ano em que abriu mão da competição para ganhar a Copa do Brasil e a Libertadores).
Já em relação ao Flamengo, cujo poder financeiro mais se equipara com o potencial ao qual o Corinthians pode chegar, o Timão somou, até aqui, 106 pontos a menos, e em apenas uma ocasião ficou na frente do rival (exatamente 2022, pela diferença de três pontos, em ano que os cariocas também focaram em vencer a Copa do Brasil e a Libertadores).
Como se não bastasse, o Timão é o time que menos pontuou, dentre os cinco, em uma mesma edição (44 pontos em 2018) e faz, atualmente, a sua pior campanha na era dos pontos corridos, com 31 pontos em 26 jogos, abaixo até mesmo do ano em que foi rebaixado à segunda divisão (quando a esta altura somava 33 pontos).
2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | 2023 (até 26ª rodada) | TOTAL | |
Corinthians | 44 | 56 | 51 | 57 | 65 | 31 | 304 |
Palmeiras | 80 | 74 | 58 | 66 | 81 | 44 | 403 |
São Paulo | 63 | 63 | 66 | 48 | 54 | 35 | 329 |
Santos | 50 | 74 | 54 | 50 | 47 | 30 | 305 |
Flamengo | 72 | 90 | 71 | 71 | 62 | 44 | 410 |
Para se ter uma ideia, mesmo que Flamengo ou Palmeiras descartassem a totalidade de pontos de sua melhor campanha nesse período, 90 em 2019 e 81 em 2022, respectivamente, o Corinthians ainda assim teria menos pontos que ambos.
Ou seja, a impressão de que o Corinthians foi taxado a time insignificante no principal campeonato nacional é realidade. De maior campeão da história dos pontos corridos (título que ostenta até hoje) e tricampeão na década passada, o Timão é agora um clube que brigou para não cair em mais ocasiões do que esteve no G4 do Brasileirão nos últimos anos.
E mesmo assim, há pelo menos sete chapinhas que optam por apoiar a situação e a possível volta de Sanchez ao comando do futebol do clube.
Interesse, cegueira ou incompetência ainda maior da oposição?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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