A eliminação precoce do Corinthians no Campeonato Paulista aliada ao fato de ter sido para um rival que quase caiu e ainda possuía a pior defesa da competição inflamou a Fiel. E com razão. Apesar disso, uma parcela dos torcedores, é claro, discorda de todo esse fuzuê e o considera um exagero. A maior parte dos argumentos para a discordância transita entre "era só o Paulistinha", "não é o fim do mundo" e "precisa de tempo".

Realmente, uma eliminação no torneio estadual não era para ser o fim do mundo e não é mesmo. Mas quanto tempo mais será dado ao Corinthians? Digo isso não me referindo à figura do Fernando Lázaro e ao time, mas ao clube em si. Quanto tempo mais será necessário para colocar a casa dia e os resultados aparecerem? 23 anos talvez?

Não, o torcedor não merece isso.

O grande problema, que é muitas vezes mascarado pelos resultados ruins em campo, é a gestão. É através dela que toda avalanche se forma e vai ganhando força com o passar do tempo. Começa ali com uma pequena bolinha de neve e vai se tornando mais avassaladora. O treinador vira o alvo principal de toda fúria e crítica e os gestores vão passando ilesos, podendo perpetuar seu poder dentro do clube de forma legal e estatutária.

E é horrível pensarmos isso quando o Corinthians flertou com uma reestruturação lá em 2009. Chegou ao ápice técnico, do poderio marketeiro e arrecadação em 2012 e foi perdendo força, mesmo que alguns títulos ainda viessem, para jogar para escanteio a situação extra-campo.

Eu mesma fui uma das enganadas. Os títulos se empilhavam e ficava tudo bem, afinal, eu estava feliz.

Agora a gente sabe e fica cada vez mais nítido através do sucesso de nossos rivais que o que rola fora de campo interfere diretamente nos resultados que, por sua vez, fazem a situação melhorar mais no tocante ao financeiro e o círculo se fecha e se repete.

Sucesso em campo ➡ dinheiro ➡ boa gestão ➡ bons jogadores ➡ sucesso em campo

É uma equação simples se resolvida por quem entende do negócio.

Entretanto, se é decidido "premiar" um jogador que ganhou um troféu importante aqui com um cargo no clube, não vai dar bom. A não ser que a pessoa em questão se especialize, passe por estágios e clubes menores e cumpra todo processo de um trabalhador normal.

Emerson Sheik, Alex, Vilson são exemplos de que os que dão certo são exceções e não regra.

Guardo uma frase comigo quase que como um mantra. Ela diz que toda unanimidade é burra e eu concordo muito.

Eu concordo com isso quando você vem aqui e tem todo espaço para discordar das minhas colunas sendo respeitado. Concordo também quando você não considere que ser eliminado pelo Ituano seja algo realmente para tanto barulho. Concordo ainda mais quando vejo a Renovação & Transparência sendo a unanimidade dentro do Corinthians.

É preciso mudar. Mudanças nos tiram do conforto, nos obrigam a abrir os olhos para novas perspectivas e nos instigam a ter ideias novas.

O Corinthians precisa de mentes inovadoras, competentes e qualificadas para sair dessa fase terrível.

Então, não é o fim do mundo perder para o Ituano, mas pequenos "fins do mundo" vão se aglomerando e se tornando esse apocalipse cada vez mais anunciado.

Perder para o Guarani foi um pequeno fim do mundo. Para o Tolima outro. Para o Del Valle. Sair em duas pré-Libertadores. Ser processado por falta de pagamento. Correr enorme risco de ficar fora de uma competição que premia muito bem. Fechar com parceiros duvidosos... Eu ficaria horas aqui escrevendo se fosse falar sobre tudo.

Por conta disso, querido leitor, fazendo jus ao meu mantra, te convido a elencar quais seriam os benefícios que essa eliminação precoce trará ao Corinthians que as tantas outras vexatórias dos últimos anos não trouxeram.

Fiquem à vontade para tentar.

Veja mais em: Campeonato Paulista.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.