Valeu, Jô!
Opinião de Alexandre Tavares
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Como esta época do ano é marcada por retrospectivas, vale falar sobre a segunda passagem do Jô no Corinthians.
Se tem um jogador que iniciou 2017 com tantos olhares de desconfiança quanto a ''quarta força'', este jogador foi o Jô. Retornou ao Corinthians desacreditado pela maioria da torcida e da imprensa após apagada passagem pela China e pela fama de boêmio que havia adquirido.
Com a ajuda de uma mulher forte, sábia e persistente, sua esposa Cláudia, Jô conseguiu novamente colocar a sua vida nos trilhos, retomar a carreira e restaurar o seu próprio lar.
Suportou e superou calado um momento familiar dificílimo, o sequestro de sua irmã, que só veio ao conhecimento público após a conquista do título nacional.
Foi fundamental na conquista do Campeonato Paulista e na montagem da engrenagem do time em construção de Fábio Carille. Foi protagonista no título brasileiro, sendo o primeiro artilheiro na história do Corinthians nesta competição.
No tradicional prêmio Bola de Prata, atualmente oferecido pela ESPN, ganhou duas Bolas de Prata (melhor atacante e artilheiro do campeonato) e o prêmio máximo, a Bola de Ouro, de melhor jogador do torneio.
E Jô termina o ano se despedindo da Fiel e do clube que o formou pela segunda vez, por uma proposta de 11 milhões de euros do japônes Nagoya Grampus. São aproximadamente 43 milhões de reais, algo irrecusável por um jogador na casa dos 30 anos e um valor equivalente ao prejuízo deixado pelo famigerado caso Alexandre Pato. Não dá, portanto, para criticarmos a direção neste caso específico e nem para questionarmos o Jô.
Sabemos das dificuldades financeiras do Corinthians e que o clube sofre um problema grave de fluxo de caixa gerando pendências financeiras até vexatórias que se tornam públicas com frequência; sabemos que no último balanço divulgado pelo clube, aparece um endividamento total na ordem de 472 milhões de reais.
Só temos que agradecer ao bom filho que à casa tornou e desejar-lhe uma boa sorte em seu novo desafio. E quanto ao que a direção fará com o dinheiro, resta torcermos para que tenham juízo e separem ao menos parte deste recurso para encontrarmos rapidamente um substituto à altura, afinal, 2018 já começou...
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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