Balanço 2023 do Corinthians apresenta maior receita da história do clube; dívida gera debate
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Por Rodrigo Vessoni
O balanço financeiro de 2023 do Corinthians, sob comando de Duilio Monteiro Alves, apresentou a maior receita da história do clube: R$ 1,003 bilhão. Foi a primeira vez que o clube ultrapassou a barreira do bilhão. A notícia foi veiculada inicialmente pelo ge.globo.
O documento que traz os números foi enviado aos membros do Conselho Deliberativo e o Meu Timão teve acesso. O balanço financeiro do último ano, agora, será votado pelo Conselho Deliberativo (reunião ainda sem data).
Esse valor é superior à receita bruta de 2022 (R$ 779,1 milhões) que, por sua vez, já tinha sido superior ao de 2021 (R$ 502,5 milhões). Em comparação ao último balanço com Andrés Sanchez, em 2020, o aumento foi de 92,5%.
Em relação ao ano de 2023, o resultado financeiro foi positivo em R$ 1,2 milhão que, no conceito de uma empresa, trata-se de um breakeven (ponto de equilíbrio). Ou seja, sem lucro nem prejuízo. É o terceiro ano consecutivo com superávit operacional.
A dívida de 2023
O balanço de 2023 também confirmou a dívida total em R$ 885,8 milhões, cifra um pouco menor do que os anos anteriores (R$ 910,5 milhões, em 2022; e R$ 912 milhões, em 2021).
A dívida não foi diminuída de forma mais substancial porque, assim como a receita, os gastos também foram elevados. A principal despesa é com pessoal (salários, direitos de imagem e demais encargos), que custou R$ 398,4 milhões em 2023.
Em relação à Neo Química Arena, o balanço mostra uma dívida de R$ 703,1 milhões ao término de 2023. Com esse valor, a dívida bruta do Corinthians (clube + arena) no último ano encerrou em R$ 1,588,9 bilhão.
Divergência na dívida total
A última parte do documento, porém, traz uma dívida bruta de R$ 1,968,8 bilhão, ou seja, quase R$ 2 bilhões (R$ 1,2 bilhão + R$ 703 milhões da Neo Química Arena) - veja slide abaixo.
A atual diretoria, sob o comando de Augusto Melo, acredita que esse valor de quase R$ 2 bilhões é a dívida para ser quitada neste momento. E que o valor menor (R$ 1,5 bilhão) é um conceito anterior do clube para quitação do endividamento ao longo do tempo, descontando o que tem a receber.
Rozallah Santoro, atual diretor financeiro do Corinthians, foi procurado pela reportagem do Meu Timão. O atual responsável pelas finanças do clube explicou que primeiro precisará fazer esclarecimentos aos órgãos oficiais do clube antes de atender à imprensa.
Já Wesley Melo, ex-diretor financeiro do clube e responsável pelo setor durante a gestão de Duilio Monteiro Alves, contestou esse valor da dívida total de quase R$ 2 bilhões.
"Esse número, visto isoladamente, não significa nada, é inócuo. Ele está desconsiderando o que temos a receber. A gente sempre usa o mesmo critério, que é o endividamento: quanto tem a pagar menos o que tem a receber. É óbvio, bancos, todos usam esse número assim. Se eu quero saber como está a saúde financeira de uma empresa, vou usar o que tem a pagar e o que tem a receber, contabilidade é débito e crédito. Esse número de quase R$ 2 bilhões não existe. Você pode usar outras metodologias, mas não pode ficar mudando, porque você perde base de comparação. Não fui eu que inventei isso. É assim que o mercado usa, é assim que o clube usa há décadas", afirmou o economista, em entrevista à Gazeta Esportiva.