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Corinthians perdeu causa de R$ 18 milhões para clube chinês na Fifa por atraso em resposta de oferta

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O Corinthians entrou com pedido e poderia ter ganho uma causa de cerca de R$ 18 milhões na Fifa envolvendo o atacante André Luis, mas uma resposta demorada a uma proposta do Shanghai Shenhua fez com que a equipe perdesse o direito a esse dinheiro. Ao menos esse foi o entendimento do tribunal da entidade.

Em documento ao qual o Meu Timão teve acesso, datado do dia 23 de fevereiro de 2021, a Fifa não deu ganho de causa ao clube em um pedido pelo pagamento de 3 milhões de dólares (R$ 15 milhões, aproximadamente) referentes à venda do jogador ao time chinês, além de R$ 2,6 milhões referentes aos salários que seriam gastos para pagar o restante do contrato do atleta.

O problema para os alvinegros foi que, na proposta de 3 milhões de dólares feitas pelo time chinês ao clube, intermediada pela empresa TwoBeOne, enviada no dia 20 de julho de 2020, havia um adendo claro: "depois de 48 horas, essa proposta não será mais válida". Ou seja, o Timão, que voltava a disputar jogos oficiais àquela altura, tinha até o dia 22 para responder a oferta.

O clube ainda foi agraciado com mais 48 horas pela empresa intermediária, totalizando 96 horas para dar sua resposta formal ao pedido. A aceitação da oferta, em e-mail recebido pela TwoBeOne, porém, só foi enviada no dia 27 de julho, uma semana depois dos 3 milhões de dólares chegarem à mesa corinthiana. Ou seja, o prazo não foi cumprido.

O juiz considerou que o adendo era claro e que, à altura da resposta, o Shanghai Shenhua já não tinha mais a obrigação de efetuar a compra. Os chineses informaram o Corinthians oficialmente que não mais adquiririam o atleta no dia 31 de agosto de 2020 devido a complicações financeiras causadas pela pandemia - o clube alvinegro, por sua vez, não comenta processos na Justiça oficialmente.

Coreanos "salvos" por negócio que deu errado

A situação alvinegra ficou agravada porque, no acordo para repassar André Luis aos chineses, que pagariam 800 mil dólares a mais, o time desfez o trato anterior que tinha com o Daejeon Hana Citizen, da Coreia do Sul. Foi dessa equipe o calote inicial de 2,2 milhões de dólares acertados para a compra do atleta, também alegando que não teria condições de honrar o compromisso por causa da Covid-19.

No dia 23 de julho, entre a chegada da oferta do Shanghai e a resposta corinthiana, Timão e Daejeon concluíram um acordo que extinguia a opção de compra exercida pelos coreanos cerca de um mês antes (veja linha do tempo abaixo). Ou seja, com esse trato assinado, o Daejeon não tinha mais obrigação de comprar André Luis e a causa nem entrou no questionamento levado à Fifa.

O juiz encerra dizendo que a "a negociação do reclamante (Corinthians) com o Daejeon não se manteve por desejo do próprio reclamante (Corinthians), um risco que o clube deveria ter levado em consideração".

Vale lembrar que, mesmo sendo dono de apenas 50% dos direitos, como o processo corria independente da negociação e fazia referência apenas ao Corinthians, tanto os 3 milhões de dólares (R$ 15 mi) do "calote" quanto os R$ 2,6 mi dos salários seriam pagos integralmente ao clube.

Atleta deve render R$ 4 milhões ao Corinthians

Sem conseguir os R$ 18 milhões na Fifa, o Corinthians também não vai ficar de mãos abanando e pode terminar com quase R$ 4 milhões em ganhos referentes ao atleta. Dona de 25% dos direitos econômicos, a equipe está perto de ganhar cerca de R$ 3,2 milhões de uma venda que deve chegar na casa dos R$ 13 milhões do atacante para o Jeonbuk Hyundai, da Coreia do Sul.

Além da porcentagem, quando fez o acordo para a liberação de André Luis ao Cuiabá, em dezembro de 2021, o Timão recebeu cerca de R$ 700 mil. Ou seja, na soma de ambas as negociações, o clube ficaria com algo próximo de R$ 4 milhões, pouco mais do que os R$ 3,5 milhões pagos em 2019 por 50% dos seus direitos ao Cianorte.

Em campo, André Luis atuou cinco vezes com a equipe alvinegra, todas elas em 2019, somando uma assistência. Além do Cuiabá e dos asiáticos, ele defendeu o Fortaleza e o Atlético-GO no período em que esteve sob vínculo com o Corinthians.

Linha do tempo do caso Corinthians-Daejeon-Shanghai

O Meu Timão preparou uma linha do tempo com todos esses acontecimentos.

  • 12 de junho de 2020 - Corinthians anuncia a venda de André Luis ao Daejeon Hana Citizen por 2,2 milhões de dólares (cerca de R$ 11 milhões) - time teria direito a 50% do valor e manteria 10% dos direitos -, exercendo a opção de compra presente no contrato de empréstimo do atleta;
  • 20 de julho de 2020 - Corinthians recebe uma proposta de 3 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões) do Shanghai Shenhua, que dá 48 horas para o Timão responder;
  • 23 de julho de 2020 - Um acordo faz Corinthians e Daejeon desmancharem a opção de compra do jogador - os coreanos haviam comunicado informalmente o Corinthians de que não conseguiriam honrar o valor acordado por causa da pandemia da Covid-19 -, abrindo caminho para os chineses, que pagariam 3 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões). O time, novamente, teria direito a 50% do valor;
  • 27 de julho de 2020 - Corinthians envia um e-mail à intermediária TwoBeOne aceitando a proposta do Shanghai e com uma cópia do acordo com o Daejeon, reafirmando que os coreanos não tinham mais a opção de compra do atleta;
  • 14 de agosto de 2020 - A TwoBeOne entra em contato com o Corinthians para pedir os dados bancários do clube;
  • 17 de agosto de 2020 - Corinthians abre uma cobrança e envia seus dados à TwoBeOne para o pagamento dos 3 milhões de dólares - Shanghai não responde;
  • 23 de agosto de 2020 - Corinthians envia o seguinte e-mail ao Shanghai Shenhua: "Por favor, precisamos das informações sobre a assinatura do contrato de transferência em anexo e o pagamento relacionados com a transferência de André Luis da Costa Alfredo";
  • 31 de agosto de 2020 - Também devido à pandemia da Covid-19, o Shanghai Shenhua alega que não poderá pagar o dinheiro acordado - clube promete fazer uma nova oferta no futuro;
  • 1º de setembro de 2020 - O Corinthians estabelece um prazo de dez dias para os chineses honrarem o acordo inicial;
  • 17 de setembro de 2020 - O Shanghai responde ao Corinthians dando sua versão sobre o ocorrido e reforçando que, como o prazo de 48 horas não foi cumprido e não houve uma assinatura do contrato, não considerava a cobrança válida;
  • 29 de outubro de 2020 - Corinthians entra na Fifa para tentar receber o dinheiro do Shanghai Shenhua e alguns adicionais. O pedido era de 3 milhões de dólares - ou 2,2 milhões de dólares como compensação mínima -, além de R$ 2,64 milhões referentes aos dois anos e meio restantes de salários no contrato do jogador;
  • 9 de fevereiro de 2021 - Corinthians reintegra André Luis e afirma publicamente que vai à Fifa para tentar receber o dinheiro pelo atleta;
  • 23 de fevereiro de 2021 - Fifa dá ganho de causa ao Shanghai Shenhua e frustra a expectativa do Corinthians de conseguir o dinheiro na esfera judicial - clube não se manifestou oficialmente sobre o caso desde então.

Veja mais em: Jogadores emprestados e André Luis.

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