Como excesso de empates do Corinthians virou problema para 'decisão' da próxima rodada
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Por Lucas Faraldo
O Corinthians empata demais no Campeonato Brasileiro de 2019. E agora paga o preço no jogo de caráter decisivo contra o Internacional, agendado para o próximo domingo, na Arena, em Itaquera, pela 32ª rodada, em confronto direto por uma vaga na Libertadores de 2020.
Principal critério de desempate do Brasileirão, o número de vitórias é justamente a estatística mais afetada por um time que prefere pontuar "aos poucos" com empates do que se arriscar a vencer correndo naturalmente mais riscos de, por outro lado, deixar o gramado derrotado.
Corinthians e Internacional estão empatados em pontos: 49. São os gaúchos quem ostentam vaga no G7 pois têm campanha de 14 vitórias e sete empates; o Timão chegou à mesma pontuação com uma combinação de 12 vitórias e 13 empates (quase o dobro do rival).
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Como só enfrentará times da parte debaixo da classificação a partir da semana que vem, o Corinthians tem neste próximo jogo seu último confronto direto pela zona de classificação à Libertadores. E, para depender unicamente de si próprio para conquistar a vaga até o fim do Brasileirão, terá de vencer o Internacional, que carrega até Itaquera a vantagem do empate.
Mas como se construiu essa campanha com sintomas de 'empatite'?
O Corinthians ainda tem no Brasileirão de 2019 quatro empates a menos (restando seis rodadas para o fim do campeonato) do que o Timão de Tite em 2013, que encerrou aquela edição do certame com incríveis 17 igualdades registradas em 38 partidas disputadas.
Foi ali que nasceu o apelido de "empatite" para a "doença" que parecia abater aquele Corinthians de seis anos atrás, principalmente no segundo semestre daquela temporada.
Pois agora como herança do trabalho de Fábio Carille, o Corinthians se destaca como segundo time com mais empates até aqui no Brasileirão. O Cruzeiro lidera com 14.
A lógica por trás do número excessivo de empates do Corinthians no Brasileirão-2019 está basicamente resumida em dois padrões de comportamento do (ex-) elenco de Carille:
- conformismo com empates em casa acreditando ser possível recuperar os dois pontos perdidos em jogos como visitante;
- satisfação e até mesmo busca pelos empates em jogos como visitante mesmo contra times sobre os quais poderia se impor.
Se o ideal é vencer todas em casa, o Corinthians passou longe da meta em 2019: empates com Grêmio, Palmeiras, Flamengo, Ceará, Athletico-PR e ainda derrota para o Cruzeiro.
Fora de casa, por outro lado, conseguiu recuperar poucos dos pontos desperdiçados em Itaquera: somente venceu Athletico (time reserva), Fortaleza e Chapecoense. Foram outros sete empates e seis derrotas como visitante.
Com a demissão de Fábio Carille e a troca por Dyego Coelho nesta reta final, a expectativa é de postura nova da equipe, buscando a vitória dentro ou fora de casa e, como possível consequência, se aproximando mais dos resultados positivos (e menos dos tropeços).
Numa amostragem bem baixa de apenas dois jogos, o Corinthians de Coelho não decepcionou: venceu o Fortaleza em casa e empatou com o Palmeiras fora. Se mantiver o padrão e triunfar sobre o Internacional no domingo... Estará tudo em casa! Literalmente.