Atacante do Corinthians reconhece avanços, mas ressalta desigualdade existente no futebol feminino
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Por Meu Timão
Atacante do time feminino do Corinthians, Cacau foi convidada do programa Se Joga, apresentado por Fernanda Gentil, na Rede Globo. Durante a entrevista, a corinthiana falou sobre os avanços da modalidade desde que joga profissionalmente e também ressaltou a grande diferença entre o futebol feminino e o masculino.
Cacau é peça importante no time de Arthur Elias. Recentemente a atleta ajudou o Corinthians a buscar o bicampeonato da Libertadores e também a largar em vantagem no primeiro jogo da final do Paulista Feminino, vencido pelo Timão por 1 a 0 diante do São Paulo.
"Para mim é maravilhoso. Primeiro porque sou corinthiana de coração. Ver a evolução do futebol feminino é maravilhoso, ganhando espaço. A gente jogou a final do Paulista no Morumbi, vamos para a Arena, várias TVs passando os jogos. É o que a gente sempre buscou", contou a jogadora.
A camisa 13 do Timão está no clube desde 2016, quando a equipe ainda fazia parceria com o Audax. Pelo clube do Parque São Jorge, Cacau foi campeã da Copa do Brasil, Brasileiro e de duas Libertadores, e contou a principal diferença entre os dias atuais e seus primeiros passos na modalidade, em 2004.
"Comecei profissionalmente em 2004, onde eu ganhava só uma ajuda de custo e uma bolsa na faculdade, que era muito importante naquela época", iniciou
"A visibilidade (é uma grande diferença de 2004 para hoje). A internet nos ajudou muito também, as vezes não passa na TV mas a internet passa, o Corinthians faz a transmissão. O marketing do Corinthians sempre dá esse suporte e fez o time se tornar hoje tudo que é", concluiu a jogadora.
A atleta ainda foi questionada sobre a diferença salarial entre mulheres e homens no esporte, motivo da campanha goequal criada pela jogadora Marta para buscar igualdade nas duas modalidades. Para Cacau, a questão é cultural e vem evoluindo pouco a pouco.
"Eu acho que no Brasil essa história é cultural. Existe muito preconceito ainda, infelizmente, mas antigamente as mulheres eram proibidas de jogar. Hoje isso vem mudando, antigamente não se falava, não se via, e era proibido jogar. Pouco a pouco isso muda, mas uma coisa leva a outra. Precisa de patrocinadores, precisa de visibilidade, que agora está acontecendo. São interesses. Se passa na TV, o patrocinador quer patrocinar; e se alguém patrocina, também quer passar na TV. Uma coisa leva a outra. Os clubes também têm que fazer seu trabalho, assim como o Corinthians fez com a gente, ele apostou nisso e já é o quarto ano que o time está aí, e agora está nesse nível que está", analisou a jogadora, que lembrou sobre o recorde de audiência da Copa do Mundo Feminina da França.
Cacau e suas companheiras voltam a campo com o manto do Timão no próximo dia 16, às 11h, na Arena Corinthians, pelo segundo jogo da final do Paulista Feminino.