Taça do Mundial? Marmita? Diretor financeiro do Corinthians esmiúça imbróglios e rechaça culpa
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Por Rodrigo Vessoni
O torcedor corinthiano foi impactado recentemente com duas notícias que envolveram pendências financeiras do clube. Dois imbróglios que trouxeram desgaste à imagem do clube devido ao envolvimento da taça do bicampeonato mundial e de uma suposta falta de pagamento de marmitas para a concentração da base.
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Durante a entrevista concedida ao Meu Timão, os dois temas foram abordados pela reportagem. E não ficaram sem resposta. Matias Antonio Romano Ávila, diretor financeiro do clube, explicou com detalhes como se deu cada um dos imbróglios.
A começar pela penhora da taça do Bicampeonato Mundial da Fifa, que fez o Corinthians se pronunciar em entrevista coletiva naquela ocasião.
"Está resolvido. Foi feito um acordo judicial, onde o Corinthians paga por mês. Essa dívida é com a massa falida, a (Faculdade) Santanense já foi vendida, já foi resolvido esse problema. No fundo, isso é uma falácia. A taça que está aqui não é a original, ela fica em Munique (ALE)", afirmou Ávila, que na sequência contou como tudo aconteceu. Em detalhes.
"Nós tínhamos uma ação contra a Santanense e a Santanense tinha uma ação contra o Corinthians. Eles ficaram dez anos aqui dentro. Essa diferença entre as ações dava algo em torno de 2 milhões e pouco de reais. Nós queríamos pagar a Santanense, mas o instituto não podia receber porque ela tinha reclamações de crédito, inclusive da Prefeitura. Se a grana entrasse, alguém tomaria o dinheiro antes de receber. Pediram para não pagar. Eles estavam voltando para a mídia (fazer publicidade) e queriam fazer um patrocínio compatível ao valor. Consultamos o nosso Departamento Jurídico, que nos orientou a não aceitar esse tipo de acordo. Seria dar um drible, seria ajudar um devedor a resolver uma pendência. O advogado que queria receber o dinheiro, buscou a penhora para receber a parte dele. Ele também não pegou porque, assim que caiu o dinheiro, o juiz bloqueou. Então, fizemos um acordo para pagar em X parcelas. Se o advogado vai ganhar a parte dele ou não, isso não é problema nosso. Fizemos um acordo judicial para pagar. A taça não está aqui, está em Munique. Aqui tem a réplica, sem nenhum valor. Questão mais moral. Os interesses a gente não pode medir".
Na sequência, o diretor financeiro foi questionado pelo Meu Timão sobre a suposta dívida com a empresa que forneceu marmita à concentração da base. O assunto, que viralizou nas redes sociais pelos rivais corinthianos, também foi explicado por Ávila.
"Tínhamos um fornecedor de comida para a base, onde ficam nossos garotos no Tatuapé. Esse cara começou a piorar o serviço e resolvemos trocar. Fizemos um acordo para pagar. Quando? Em janeiro do ano passado. Pedimos que ele apresentasse a nota. A nota não era do contrato. Dissemos que, dessa forma, não pagaríamos. E depositamos em juízo. O cara apresentou em maio, tempo que ele precisou para regularizar a situação. Ele pediu a correção do valor, uma diferença de pouco mais de mil reais, de R$ 1,4 mil. Como assim? O dinheiro já estava depositado, em juízo. Ele entrou na Justiça por causa de R$ 1,4 mil. E a juíza mandou pagar porque é o Corinthians. Aí surge a manchete "o Corinthians não paga as marmitas". Vai explicar isso num jornal? O problema era com a empresa dele, não com a gente. E mesmo assim o cara resolveu processar. É difícil explicar isso para a mídia, tornar isso claro. Não é tão simples", garantiu.
Dívida total do clube
De acordo com Matias Antonio Romano Ávila, diretor financeiro do Corinthians, a dívida do total do clube deve ser quebrada pelo valor negociado com o Governo Federal, por meio do Profut, e se torna bastante administrável quando se trata de um clube com arrecadação na casa dos R$ 500 milhões.
"A dívida fechou (em 2018) em 475 milhões, dos quais 260 milhões é para ser paga em 20 anos, que pagamos R$ 800 mil por mês (parcelamento). Dentro do Profut. Clube arrecada 500 milhões de reais, você tem uma dívida de curto prazo que é essa diferença (R$ 210 milhões)... temos uma dívida de R$ 85 milhões até final de 2020, que é pequena, perante ao tamanho da nossa arrecadação. O Corinthians tem comprometida a arrecadação de bilheteria, nosso orçamento está 'caucado' na venda de direitos de TV e na venda da marca, além dos patrocínios, etc. Contratamos muita gente, mas têm muitos contratos vencendo até o fim do ano", finalizou.