Saída de Rosenberg divide Parque São Jorge, isola Andrés e aumenta tensão por Arena Corinthians
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Por Lucas Faraldo
A saída de Luis Paulo Rosenberg do Corinthians gerou divisão entre os conselheiros no Parque São Jorge. Há aqueles que haviam até mesmo feito abaixo-assinado pedindo a demissão do então diretor de marketing e comunicação e agora obviamente comemoram. Há outros, porém, inclusive oposicionistas, que lamentam a retirada do cartola.
As declarações polêmicas, que caminharam lado a lado com Rosenberg em seus mais de dez anos como dirigente do clube, foram o estopim para a demissão. Isso é consenso tanto entre os apoiadores do então diretor quanto entre os opositores. Na semana passada, ele fez analogia de uma mulher com Aids ao falar sobre a Arena Corinthians.
O que divide opiniões nos bastidores do Parque São Jorge são assuntos relacionados ao passado e ao futuro. Qual o legado de Rosenberg? E quais os próximos passos a serem tomados por Andrés Sanchez neste início de nova era do Corinthians?
A saída do cartola, afinal de contas, praticamente põe fim a um ciclo: "O Rosenberg foi o último engravatado a sair", disse um influente conselheiro à reportagem do Meu Timão, se referindo ao isolamento de Andrés Sanchez em relação aos então dirigentes que o acompanharam ainda em seu primeiro mandato como presidente - Fernando Alba, Oldano Carvalho, Rogério Mollica, Sergio Alvarenga, Luiz Alberto Bussab, Raul Corrêa, Felipe Ezabella, entre outros. Daquela equipe inicial, sobrou André Luiz de Oliveira, o André Negão, hoje diretor administrativo do Corinthians.
Quem critica Rosenberg se apega aos projetos mal sucedidos encabeçados pelo ex-diretor: TV Corinthians, jornal O Fiel, contrato com a SPR, anúncio prematuro da parceria com o BMG e polêmico vídeo do Corinthianismo são exemplos. Quem elogia destaca o outro lado da moeda: entradas da Índigo e da IBM na Arena, retomada do controle das lojas Poderoso Timão, aumento de eventos e empreendimentos na Arena e o próprio patrocínio com o BMG.
Mais do que diretor de marketing, Rosenberg, junto com Andrés, sempre foi também homem forte por trás das contas e dos contratos da Arena Corinthians. E essa é uma preocupação mútua tanto para apoiadores quanto para opositores do ex-diretor. Se já existia tensão em torno das negociações da dívida do estádio, essa fica ainda maior diante da incógnita sobre quem assumirá a bronca das conversas com Caixa Econômica Federal e Odebrecht. "Para pilotar uma Ferrari, você precisa saber o que é uma Ferrari", argumentou outro conselheiro ouvido pelo Meu Timão, destacando o conhecimento de Rosenberg no tocante à Arena.
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Há preocupação (também mútua) sobre a continuação ou não de Caio Campos no marketing do Corinthians. Indicado por Rosenberg logo que Andrés Sanchez retomou a presidência ano passado, ele assumiu a gerência do departamento, se tornando assim braço direito de então diretor tanto em assuntos ligados ao clube quanto à Arena. Hoje Campos é o responsável por diversos projetos que ainda estão em fase de execução, é considerado um bom profissional, mas também tem a imagem internamente muito atrelada a Rosenberg.