O modelo vigente: perder fora de casa
Opinião de Walter Falceta
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1) O Corinthians se arrasta no Brasileiro. Responsabilidade, sobretudo, da gestão de Andrés Sanchez, incapaz de manter um time competitivo, subserviente ao projeto dos agentes tubarões que transformaram o Parque São Jorge em um feirão permanente de atletas.
2) Vende-se de tudo, baratinho. Ganham os nababos atravessadores do esporte. Negócios da China. Noites das arábias.
3) Caberia, aliás, ao presidente do clube lutar para que sejam realizadas novas eleições. Imediatamente. Não há dúvida de que o pleito deste ano está manchado por gravíssimas irregularidades. O Ministério Público define que não se constituiu em processo "íntegro, seguro e confiável", conforme atestam as investigações do Instituto de Criminalística.
4) Há anos ouvimos o cantilena embromatória do presidente: "não tem como segurar". Esse modelo, vale aparentemente para o Corinthians, que prima pelas multas irrisórias e pelo padrão "vitrine" de boleiros. O que se poderia exigir, neste sábado, de um atleta de criação com a cabeça na terra dos faraós?
5) Em campo, o Corinthians seguiu obedientemente sua pobre cartilha de visitante. Recua, abdica do jogo ofensivo e, inevitavelmente, sofre o gol. Fora de casa, não jogou como sempre, perdeu como sempre.
6) Sofre tremendamente a zaga, que tinha como sua grande referência o paraguaio Balbuena. Sofre a lateral esquerda, ainda sem titular confiável. Sofre o meio de campo, em decomposição. Sofre o ataque, sempre em teste, eternamente provisório.
7) Quando anotou seu primeiro gol, o adversário atacava havia quase dez minutos. O Corinthians era incapaz de engatar um contra-ataque. Cedia escanteio atrás de escanteio. E mais uma vez o time mosqueteiro falhou no fundamento de cobertura aérea. É outra imperfeição convertida em modelo desde o ano passado.
8) Atrás no placar, o time de Loss não reagiu. Desorganizado, linhas espaçadas, atletas irritados, viu o time da casa seguir no ataque. Diante da TV ou escondido nas arquibancadas, entre os tricolores, o torcedor já antevia o resultado da peleja.
9) Na frente, raras investidas morriam nos pés de Marquinhos Gabriel, atleta que tem enorme dificuldade para levantar a cabeça, ler o jogo e servir seus colegas. Em geral, é desarmado ou enrola-se com um defensor.
10) Jogada estranha de Gabriel no segundo gol sãopaulino. Mais do que a falha individual, exibe um time taticamente desorganizado, com buracos enormes em campo, e que ainda pode sofrer muito neste Brasileiro.
11) Que a torcida do Corinthians faça a diferença no restante desta temporada, especialmente em Itaquera. O grito da Fiel é o que pode oferecer um diferencial de auxílio ao time de Loss. Que nada se aguarde dos mascates de jogadores que se mantêm no poder.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.