Quão importante é ir para a Libertadores para o Corinthians? Essencial
Opinião de Tomás Rosolino
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Não, eu não acredito que a Libertadores da América é o maior título da face da Terra. Nem vejo o Mundial de Clubes como a glória máxima de um time. Para mim, até um Estadual, bem disputado e com ingredientes que só a rivalidade local pode proporcionar, atinge patamares históricos para um clube. Mas não é disso que eu estou falando ao tratar a ida para a edição de 2020 do torneio como essencial.
Além de ser a competição que reúne os principais clubes da América do Sul, a Libertadores da América praticamente hoje divide os times que brigam pelos outros títulos do ano: os vencedores estão no grupo que a disputa, enquanto os perdedores se digladiam do outro lado para se reorganizar.
É para ela que os times contratam, que um elenco se monta e que os investimentos surgem. Ou seja, a grana (e um bom time) dependem dessa vaga. Sim, eu sei, em 2017 o Corinthians não se classificou e teve um ano memorável. Agora, me diz: que outro time teve esse privilégio na década? Dica: desde 2011, apenas aquele Timão e o Cruzeiro de 2013 foram campeões nacionais sem terem disputado a Libertadores do mesmo ano.
Outro ponto favorável, como já expus aqui no Meu Timão, se dá no calendário pela ida à competição. Classificado ao torneio, o Corinthians já asseguraria uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil do ano que vem, se livrando dos duros jogos únicos fora de casa que preveem o torneio em seu começo, além de confrontos perigosos.
Em 2017, por exemplo, a equipe, futura campeã paulista e brasileira, acabou eliminada nos pênaltis pelo Internacional. Já no ano seguinte, com um time bem inferior, conseguiu chegar à semifinal passando apenas por Vitória e Chapecoense. Um mata-mata fora de hora pode derrubar até os melhores times.
Sendo assim, uma vaga na Libertadores significa programação definida no primeiro semestre, ainda que ocorra a catástrofe de perder em mais uma pré-Libertadores, e a chance de entrar no torneio que mais bem paga os seus participantes já em uma fase futura, há oito jogos de um título (que o digam Cruzeiro-18 e Athletico-19).
Por fim, se você é daqueles que considera a Libertadores a última bolacha do pacote, o suprassumo do futebol sul-americano, tem a parte óbvia: desde a volta da Série B, o Timão não passou mais do que um ano sem participar do torneio. Não é hora de acabar com essa escrita.
Atenção com a preparação
Para quem projeta uma temporada com um novo treinador e a definição de um elenco, o Timão vai ter que saber utilizar o pouco espaço de preparação da equipe. Tiago Nunes terá menos de um mês para entrar em campo caso a equipe fique no G6. O G4, que pode virar G5 em caso de título do Flamengo na Libertadores, é um sonho mais distante.
Há quem possa contestar a presença na Florida Cup, marcada para o meio da preparação, mas o fato é que depende muito mais do projeto do que da existência do torneio. Tite, por exemplo, gostava de ir aos Estados Unidos para ter jogos competitivos no começo da temporada. Como saldo, em 2015, achou um jeito de jogar e atropelou o Once Caldas-COL na mesma fase da competição.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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