Até onde vai o papel do treinador
Análise de Marco Bello
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O Corinthians perdeu para o Atlético Mineiro por 2 a 1 em Belo Horizonte, resultado que, claro, revoltou parte da torcida.
Mas, na entrevista coletiva o técnico Coelho estava otimista em relação ao desempenho do time, algo que contrastou com o resultado negativo obtido em campo:
"Foi o que a gente combinou no primeiro dia de treino com os jogadores. Que independente de qualquer situação, dentro e fora de casa, a gente ia fazer com que o torcedor entendesse que a gente ia jogar pra frente. Essa é a minha questão com eles. E eu tenho respostas boas deles (jogadores). Às vezes o resultado não vem, como não veio hoje, mas mais uma vez a gente jogando pra frente, a gente buscando o gol, ofensivamente bem, e quando o time joga pra frente eu fico muito satisfeito".
Os números mostram que Coelho tem razão. No jogo contra o Atlético Mineiro, o Corinthians teve 13 finalizações, uma a mais que o próprio Atlético. Na outra derrota com Coelho, para o Botafogo, foram 23 finalizações.
Aí vem a pergunta, até onde vai o papel do treinador? Colocar o sujeito na cara do gol, depois da troca de bola e da jogada toda construída não é o máximo que se pode fazer?
Até pouco tempo atrás, o Corinthians criava uma, no máximo duas chances de gol por jogo. Esta era a reclamação, por exemplo, de Mauro Boselli.
Agora as chances estão sendo criadas, o time está jogando ofensivamente. Perdeu por que então?
Neste domingo, especificamente, por um pênalti bobo, que poderia ser evitado, e por muitas chances de gol desperdiçadas.
Em um dado momento, o Corinthians teve os três centroavantes em campo, Love, Boselli e Gustavo. Então a bola parou de chegar. Por que? Coelho falou:
"A questão é que pra colocar três atacantes você precisa organizar bem o centro pra deixar a bola chegando om mais qualidade para os três atacantes, então tentei colocar o Pedrinho ali junto com o Vital, com a sustentação do Gabriel, o Fagner um pouco mais na frente, já que o Carlos tava sentindo. Mas enfim, no caso dos três atacantes a gente precisaria jogar um pouquinho melhor no meio para a bola chegar com mais qualidade".
Pois é, a bola não chegou. Aí, pra mim, é treinador. Coelho colocou os atacantes e desorganizou o meio. O time ficou trocando passes e não sabia o que fazer com a bola. Em um dado momento, o zagueiro Manoel chegou a tentar lançamentos.
Dali pra frente, pra mim, Coelho foi mal. Mas até ali, não. O time criou jogadas, tentou, finalizou. Depois disso, cabe a quem está em campo transformar as chances em gol.
Isso pode ser resolvido com treinos específicos, com aumento da confiança, e em último caso com troca de jogadores.
O treinador fez a parte dele. Por isso o otimismo.
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