Ah, se fossem todos Bosellis...
Opinião de Lucas Faraldo
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Corinthians classificado para a próxima fase do Paulistão. Danilo Avelar fazendo mais um gol e consolidando sua volta por cima. Nono jogo consecutivo sem derrota. São muitos os potenciais destaques da vitória alvinegra no último domingo, contra o Oeste, na Arena. Mas nada me chamou mais atenção do que a saída de campo de Mauro Boselli.
O argentino de 33 anos de idade foi informado pela imprensa, ali mesmo no gramado de Itaquera, que havia sido eleito "Craque do jogo" pela torcida por meio de votação promovida pela TV Globo durante a transmissão da partida. Isso mesmo não balançando as redes. E tome sorriso de Boselli ao constatar o acolhimento que vem recebendo das arquibancadas, diante de seu único tento marcado em dez embates disputados até aqui.
E talvez essa paciência da Fiel com o experiente centroavante seja das mais belas coisas que o Corinthians vem proporcionando neste começo de 2019. E muito me incomoda parar para pensar que quase nunca é assim. Sem muito esforço, me vêm em mente nomes como os dos laterais Juninho Capixaba e Edílson e também o meio-campista Willian Arão.
Juninho Capixaba foi enxotado do Corinthians um semestre após sua chegada. Tornou-se xodó nas mãos de Renato Gaúcho e dificilmente voltará do empréstimo.
Edílson foi queimado pela torcida em meio a uma patética discussão com o youtuber Kelvin Thiago. Não demorou para conquistar a Libertadores pelo Grêmio e hoje ser peça-chave do Cruzeiro de Mano Menezes, único time invicto entre os grandes do Brasil em 2019.
Willian Arão chegou a jogar na base do Corinthians antes de ser promovido aos profissionais. Disputou apenas 18 jogos pelo Timão e foi emprestado sucessivas vezes – para Portuguesa, Chapecoense e Atlético-GO. Destaque do Botafogo em 2015 e do Flamengo desde 2016, foi convocado para a Seleção Brasileira ano passado.
No atual elenco do Corinthians, Danilo Avelar, Clayson e até o artilheiro Gustagol por muito pouco não acabaram saindo pela porta dos fundos sob críticas das mais pesadas da Fiel.
Confira aqui quatro corinthianos que fazem a Fiel dar o braço a torcer
O zagueiro Felipe, o meia Renato Augusto, o atacante Ángel Romero, o centroavante Vagner Love... São outros casos que, se dependessem única e exclusivamente das críticas prematuras da torcida, teriam acabado longe do Timão antes de darem a volta por cima.
A paciência da torcida com Boselli se justifica por vários fatores, claro. A tranquilidade diante da excelente fase do titular Gustagol é uma delas. As boas atuações do ponto de vista tático e até técnico (salvo nas finalizações) do próprio centroavante argentino também o ajudam. O próprio currículo do gringo, com passagens de sucesso em todos os clubes onde jogou...
Mas mais importante do que discorrer sobre o porquê da paciência da torcida com Boselli é projetar os frutos disso. O camisa 17 está feliz. A pressão prematura, que sempre joga contra, inexiste para o hermano. Com esses ingredientes, ele tende a em breve engatar gols. O sorriso na saída de campo do último jogo é o principal indicativo disso tudo.
Que esse momento de "seca" de Boselli sirva de lição. Não para o centroavante, que a essa altura da carreira já sabe das coisas. Mas para nós torcedores, que bem que poderíamos tratar como Boselli outros tantos não-Bosellis que passaram e passarão pelo Timão.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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